De Castro Gaia

Quando um bom filho regressa a casa é sempre um bom motivo para festejar, ainda que o seu regresso não seja físico, o Porto volta a ter o cunho de Miguel Castro Silva, o afamado chef do antigo Bull & Bear. Desta feita, o regresso dá-se em parceria com o Porto Cruz num renovado e moderno espaço no cais de Gaia, onde reinam os petiscos e os pratos para partilhar, à semelhança do De Castro Elias, o seu 1º espaço em Lisboa.

 O Restaurante segue as linhas do edifício, que mantendo toda a traça exterior, se modernizou no interior, um espaço minimalista e bonito, mas que acaba por se tornar frio e pouco acolhedor, provavelmente também por sermos os únicos comensais no momento da visita. A Refeição começou bem, com um simpático couvert(1,20€) onde havia pão de boa qualidade, algo nem sempre fácil de encontrar, ao qual se seguiu uma série de iguarias.


Presunto Pata Negra (7,50€)
Presunto de boa qualidade, ibérico e não pata negra, bem mesclado de gordura e carne como manda o figurino. Não, não é fatiado à mão mas no entanto é melhor que muitos presuntos, mal tratados e mal cortados.

Mini Francesinhas (9,20€)
Na cidade em questão, a francesinha é algo que nunca pode faltar, aqui numa versão de petisco, com a clássica carne assada em vez do bife e ingredientes de boa qualidade. O molho era bom, não sendo excelente, e a precisar de um pouco mais de intensidade no sabor.

Ovos Mexidos, enchidos e pão frito  (3,90€)
Ovos mexidos, tantas vez mal tratados, secos, sem sabor e desinteressantes. Bem, nada disso se passou aqui, os ovos estavam com a cremosidade certa, os sabores bem fundidos e o pão ainda estaladiço cumpriu muito bem o seu papel. Uma excelente entrada.

 Amêijoas com Feijão Manteiga (12,90€)
Uma das receitas clássicas de Miguel Castro Silva. Imperdível no sabor, o molho torna-nos glutões onde o pão vê o seu fim, e não poderia ter melhor final. Apenas o feijão deveria estar um pouco menos cozido e as amêijoas deveriam existir em maior quantidade. Um must have.

Perna de Pato, cogumelos, batata 
Carne bem cozinhada, suculenta e a descolar facilmente do osso, com excelente sabor, pena a pele não estar crocante, seria perfeito. O acompanhamento, simples mas bem conseguido, funcionava bem deixando o pato brilhar.

Tarte de Laranja, Laranja em calda (3.80€)
A Massa da tradicional torta de laranja, aqui com uma versão de sabor intenso que agradou bastante.

Toucinho do céu, gelado, sorvete de framboesa (4,40€)
Uma versão do clássico doce conventual, feito com menos gemas e a amêndoa menos ralada. Um doce bastante bom que combinou perfeitamente com a acidez e frescura do sorvete.

Acompanhamos a refeição com um ótimo espumante Vértice (3.20€/copo) e um simpático e aromático branco Dalva Sunset (2€/copo) que cumpriram bem a sua missão.

O Serviço de sala foi correto, simpático e atencioso. Numa sala vazia, é natural que as atenções recaiam todas sobre os únicos clientes e que haja um certo nervosismo tanto do funcionário como do próprio comensal, é inevitável.

Considerações Finais
Um Regresso de Castro e Silva às origens, quer na cozinha quer na cidade, com um reforço na oferta de petiscos e cozinha tradicional de qualidade. Para o futuro esperamos que a sua presença seja cada vez mais notória e que vá além da recriação dos pratos do De Castro Elias. Este irmão mais novo, tem espaço e qualidade para crescer e melhorar, corrigindo alguns erros de confecção, haja clientes e vontade. Não sendo uma petisqueira clássica e barata o espaço vale bem a visita.

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2 Comments

  1. joao pedro
    Posted Fevereiro 13, 2013 at 2:06 pm | Permalink

    boa tarde João.

    se me permite a pergunta, como sabe que o presunto é ibérico e não pata negra?
    é pelo sabor? ou qualquer outra razão?

    cumprimentos

    • Posted Fevereiro 13, 2013 at 5:29 pm | Permalink

      A nomenclatura “pata negra” foi proibida em Espanha, hoje os presuntos com a unha preta, ou seja de porco preto, são classificados com ibérico, dentro deles, existe o cebo, recebo e o topo de gama bolota.

      O presunto é o mesmo o nome é que não deveria ser esse, mas é a norma enraizada em Portugal, no sabor assim como no preço nota-se a diferença é entre o tipo de alimentação do porco, como referi.

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