Grande Palácio Hong Kong

Depois da publicação do Ricardo Dias Felner, no seu excelente blog, O Homem Que Comia Tudo, de que havia aberto no Porto um espaço do famoso e excelente restaurante chinês Grande Palácio Hong Kong, não poderia fazer tardar muito a minha visita. Na entrada, deparamo-nos com um espaço igual a tantos outros restaurantes chineses, talvez com uma decoração mais simples e sóbria neste caso, já lá dentro é que se dá a grande diferença, uma sala repleta de clientes chineses. Quantos de nós se perguntam porque não existem muitos clientes nos imensos restaurantes chineses (agora mais japoneses) que proliferam pelo país, a resposta é fácil, porque estão todos no Grande Palácio e porque os seus concorrentes não apresentam uma cozinha autêntica. Aqui o menu baseia-se na cozinha tradicional Cantonesa, pratos de Marisco e Dim Sum.

Já sentados, iniciamos a difícil escolha entre os inúmeros pratos, com direito a fotografia e nomes aportuguesados no menu.

Har Gao “raviolis de camarão” (3,75€)
Uma das grandes relíquias da cozinha chinesa é, sem dúvida, a técnica de cozer a vapor. Neste caso, os pequenos “bolinhos” estavam cozinhados no ponto, com uma ótima massa e um bom recheio de sabores suaves e bem conseguidos.

Spring roll de camarão, molho agridoce (3,75€)
O clássico crepe chinês, recheado com camarão, muito bem executado, mais em termos de textura que de sabor. No entanto o ponto alto é sem dúvida o molho que o acompanha e que transforma completamente o simples rolinho.

Mini pães de carne e vegetais (3,5€)
Uma massa ligeiramente mais grossa que a dos har gao, com recheio de carne de porco e vitela picada (sem cavalo presumo), e vegetais, ótimo o sabor e o seu leve travo de gengibre.

Char Sio Bao, pão a vapor com carne de porco e mel (3,5€)
Algo que tenho em comum com o Panda do Kung Fu, é a paixão por estes pães cozinhados a vapor de textura fofa. Aqui numa versão meia aberta, com um delicado e saboroso recheio de porco cozinhado com mel.

Inhame frito com carne (3,5€)
Muito bom o aspecto do pequeno bolo, muito bem frito e de excelente textura, no entanto perde-se um pouco no que diz respeito ao gosto, nada de particularmente interessante.

Gambas cozinhadas com alho (13,75€)
Muito diferentes das nossas habituais gambas ao alho, aqui com um ótimo molho de alho que não se sobrepõe em demasia ao sabor suave do marisco. Também a massa fina de arroz adiciona substância e textura ao prato, ficando perfeita com o molho.

1/2 Pato à Cantonesa
Um prato que ganhou fãs, pato suculento, muito bem temperado, com magistral molho à base de soja (e molho de peixe?), acompanhado de pak choi e arroz chow chow. Se a pele do pato estivesse mais estaladiça seria um prato memorável.

Pudim de coco (3,5€)
Entre vários doces tradicionais optamos por algo simples e refrescante depois de uma grande refeição, este pudim de coco, diferente daquilo a normalmente chamamos de pudim, tem um sabor leve, pouco doce, fresco e uma textura delicada, algures entre uma gelatina e um creme. Simples mas eficaz.

O Serviço é simpático, algo raro em espaços orientais, rápido e divertido enquanto nos tentamos fazer entender. A grande vantagem deste restaurante está na cozinha, onde trabalham verdadeiramente cozinheiros com gosto e know how sobre um determinado tipo de pratos.

Considerações Finais
O Grande Palácio Hong Kong é sem dúvida um espaço a ter em conta. Quantos não deixaram de visitar restaurantes chineses depois das investidas da ASAE, quantos acham que chop soy e crepes chineses são a única coisa interessante dos restaurantes chineses, bem, este espaço traz ao Porto uma “nova” cozinha chinesa, a verdadeira, com sabores e pratos distintos, com uma enorme variedade de pratos e ingredientes. Não vale lá ir pelo espaço, localização ou decor, mas sim a comida, tal como fazem os chineses que todos os dias se sentam naquelas mesas para se recordarem de casa.

NOTA
“Ler Comentários”

Grande Palácio Hong Kong
Rua Gonçalo Cristovão, 252, Porto
222 082 071

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7 Comments

  1. Posted Fevereiro 25, 2013 at 10:58 pm | Permalink

    Desculpa João, mas desta vez não consigo concordar. Fui lá há 2 semanas e os Har Gao eram claramente congelados (já comprei exactamente iguais no supermercado da Praça da República) e não muito bons e o Char Sio Bao idem, este último em muito inferior aos servidos nos restaurantes irmãos de Lisboa.
    Não posso falar dos pratos, porque fomos lá só pelo dim sum, mas viemos francamente desapontados.

    • Posted Fevereiro 26, 2013 at 10:14 am | Permalink

      Eu também acho que ainda tme muito a melhorar face aos de Lisboa, no entanto acho mesmo que é o melhor que temos no Porto e vai ser certamente melhor. O que eu comi estava bom, não estava brilhante, nem foi o melhor char sio bao que comi, mas estava bom. Mas penso que a coisa não tardará a ficar como em Lisboa até porque tendo aberto à pouco tempo ainda muita coisa deve estar por apurar.

    • Posted Maio 26, 2013 at 4:20 pm | Permalink

      Mariana,
      Vou mesmo ter de concordar consigo. As pessoas que me acompanharam na refeição aqui descrita, voltaram ao espaço recentemente pelos mesmos pratos e nada foi igual lamentavelmente.

    • M.T. Tavares
      Posted Novembro 23, 2013 at 7:18 pm | Permalink

      Tem que vir a Lisboa provar Dim Sum no Amoreiras Shopping Center.
      são deliciosos!

      • Posted Novembro 25, 2013 at 3:49 pm | Permalink

        Obrigado M.T., fica a dica para uma próxima viagem a Lisboa.

  2. Posted Fevereiro 26, 2013 at 10:57 am | Permalink

    Oh João, obrigado pela dica. Não sabia que tinha aberto este restaurante aqui no Porto mas acho que vou já experimentá-lo esta semana. Gosto muito de comida chinesa e tenho algumas saudades de comer o mesmo tipo de comida que encontrava nos restaurantes chineses de Londres (enquanto lá vivi testei bastantes e a comida era de facto muito diferente da servida por cá). Portanto, acho que hoje já ganhei o dia!

  3. Posted Setembro 9, 2013 at 2:51 pm | Permalink

    Neste Momento sou forçado a deixar de recomendar o Restaurante, por motivos aos quais sou alheio a qualidade caiu de forma drástica.

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