Square – Hotel Intercontinental – ENCERRADO

O renascer da baixa portuense teve o seu ponto alto com a inauguração do Hotel Intercontinental – Palácio das Cardosas, um 5* localizado bem no coração dos Aliados. De decoração clássica e ostentativa toda a recuperação do edifício merece mais que aplausos. O Hotel tem aberto ao público em geral, o café Astoria, que serve refeições ao almoço além do serviço de salão de chá, o bar das cardosas com decoração acolhedora, boa carta e ao fim de semana boa música ao vivo, por último abriu o seu restaurante, o Square, comandado agora por René Sandoval que rumou ao norte depois de vários anos no calor algarvio. O restaurante de decoração neo clássica, apenas está aberto para jantar e a sua carta assenta em raízes bem portuguesas, com base em pratos tradicionais dando-lhe uma roupagem mais actual e destaque para a qualidade dos Ingredientes.

Começamos a refeição com pães fantásticos, com destaque para os de tomate e de tomilho, e um azeite normal sem grande interesse. Nas opções para jantar o menu é curto, com 3 entradas, 2 sopas, 3 pratos de peixe ou de carne e 4 sobremesas, mas é suficiente para nos fazer ter uma encantadora e variada refeição.

Salada de Polvo, pimento verde e vermelho, tomilho, azeite em pó e avruga ( Amuse Buche)
Uma Interessante reinterpretação de um clássico nacional numa saborosa e original composição de sabores.
Salada de Legumes grelhados, com queijo de cabra curado (8€)
Uma simples e bem composta salada com destaque para a beringela e a curgete, grelhadas no ponto a balançar bem com o queijo de excelente qualidade e os frutos secos. Os “verdes” poderiam ser melhorados com uma mistura mais interessante e não só a tradicional alface.
Essência de Tamarindo e tomate, torteloni de agrião, nabo e porco bísaro (9€)
Uma sopa que envolve um sem número de técnicas é sempre algo que me desperta o palato. O “consommé”, era bastante saboroso, com uma agradável comunhão entre o tamarindo e o tomate. A massa que constitui o torteloni poderia ser melhorada ao nível de textura enquanto o seu recheio é delicado e delicioso.
Bacalhau com Natas envolto em massa folhada, grelos salteados, e espuma de salsa ( 21€)
Um clássico é sempre um clássico e tentar reinventá-lo é muitas vezes uma prova à criatividade e originalidade do chef. Neste Prato e seguindo o conceito do restaurante não se reinterpreta na íntegra a receita mas dá-se-lhe uma outra roupagem. O bacalhau com natas valia por si mas ganhou pontos ( e calorias) quando conjugado com a massa folhada que lhe deu crocância quanto baste para elevar o prato. Já nos grelos uma mão pesada de sal decompôs um pouco a harmonia do prato.

Tornedó de Novilho Transmontano, risotto de cogumelos silvestres, molho de queijo da serra, castanhas (27€)
Um prato sem inovação mas com história onde tudo foi bem feito. Carne irrepreensível, mais do que tenra e no ponto pedido. Um risotto cremoso com ótimos cogumelos e um bom molho. Sem dúvida uma excelente opção.
Mousse de chocolate e caramelo, laranja caramelizada, azeite e flor de sal (6,5€)
Mais caramelo que chocolate,que pouco se fazia sentir, esta sobremesa traz à memória uma lembrança que me é querida, os caramelos espanhóis que os familiares traziam nas suas viagens até à fronteira. Uma modesta mas saborosa sobremesa.

Crumble de alfarroba, maça bravo de esmolfe e creme de mascarpone (7€)
Maça bravo de esmolfe fazem sempre lembrar a história do patinho feio, maças feias que se revelam deliciosas. Um crumble diferente mas interessante revela a influência algarvia sobre o chef. Uma boa opção para quem não quiser algo extremamente doce.

A Carta de vinhos é extensa e bem catalogada, contudo os preços são algo desconexos para o serviço prestado. Optou-se por vinho a copo com um alvarinho Soalheiro 2010 (6€), um branco Chardonnay da Quinta do Cidrô (5€) e um tinto Crooked Wines de 2007 (7€) que acompanharam a refeição sem comprometer.

No que a serviço diz respeito, a equipa de sala é competente, comandada por um bom chefe de sala, podia ser dada mais alguma atenção à introdução dos pratos servidos e a uma ou outra falta de atenção para com o comensal. Numa Sexta de casa cheia é de lamentar que os jantares de grandes grupos ocorram na mesma sala que os demais jantares, modificando completamente o ambiente esperado. Na cozinha, a equipa apresenta uma boa dinâmica, para um serviço recente, com uma carta nova feita com um seguimento lógico e de raiz portuguesa.

Considerações Finais
O Square é um restaurante que pretende marcar uma determinada posição na restauração portuense, apesar de localizado num hotel de luxo é um local que pretende mais uma maior rentabilização do que propriamente a criação de uma imagem. É um belo espaço de cozinha de base clássica, feita com técnica e ingredientes de grande qualidade que se torna apreciável por todos, comum cidadão ou o ocasional turista. É um espaço que merece ser visitado e que promete a longo prazo tornar-se uma referência da cidade.

Hotel Intercontinental – Restaurante Square
Praça da Liberdade, nº 25, Porto
220035600

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