The Yeatman *

Aberto há cerca de um ano e meio o Hotel Yeatman é a maior referência hoteleira da cidade do Porto, criado por um grupo detentor de caves de vinho do Porto, o hotel surge com um conceito de hotel vínico e marca posição não só no seu ambiente e decoração, mas também pela sua cave de vinhos, o seu spa, o seu bar e acima de tudo o seu restaurante. O espaço com o mesmo nome do hotel é comandado pelo jovem chefe Ricardo Costa que com pouco mais de um ano após a sua abertura, conseguiu reconquistar uma estrela Michelin para o seu palmarés e a única da cidade, um feito raro para o nosso país. A verdade é que ninguém que se senta com uma vista igual à deste restaurante consegue colocar grandes defeitos na comida, com os olhos deleitados tudo pode ser perfeito. Ao almoço o chefe apresenta o Menu express, com um preço fixo de 38€ por pessoa que inclui, entrada, prato e sobremesa com vinho a copo, uma ótima oportunidade para conhecer o que esta cozinha tem para oferecer.

Começamos a refeição com uma manteiga simples mas saborosa, azeite de qualidade mas sem grande destaque, pães caseiros e uma deliciosa broa de milho.

Amuse Buche
Skrei com terrina de legumes

O Skrei (tipo de bacalhau fresco) estava cozinhado na perfeição, a leveza da terrina de legumes com um toque ácido caiu como uma luva na abertura da refeição.
Lagostins de mar
Creme aveludado de lagostins, sardinha ligeiramente fumada, tomate confitado e pesto de oregão
Um creme de sabor a mar bem que me deleitou, um lagostim revestido por uma massa frita(wonton?) que se destacou de todo o conjunto pela execução e sabor, uma sardinha fumada no ponto que trouxe substância ao prato. Uma entrada a repetir.
Atum
Terrina de Atum com foie gras, iogurte de citronela e pão de pistáchio
Foie é sempre foie, o difícil é trata-lo mal, aqui, escusado dizer que foi super bem tratado, o toque ácido do iogurte casou bem com a gordura do foie e atum. O ponto alto revelou-se nos pequenos pedaços de courato que se sobrepunham na terrina e que com a sua crocância e sabor característico elevaram o prato.
Pescada da Póvoa
Com escamas de batata, gnocchi de caril, alcachofra e molho de carabineiros com manteiga de coral
Apesar de considerada um peixe modesto, foi aqui delicada e maravilhosamente tratada, cozinhada no ponto, com umas originais “escamas”(imagem de marca do chefe no tratamento de peixe), bem combinada com os legumes e a espuma. Apenas os gnocchis, apesar de saborosos tinham uma textura e forma pouco interessantes.
Pintada
Peito lacado com citrinos e coxa confitada, almondega trufada, batata ratte, endívia balsâmica e molho de laranja
As várias texturas apresentadas da pintada são sem dúvida o grande destaque do prato, a almôndega com aroma de trufa, deliciosa, o peito nada seco com uma interessante gelatina de laranja, e a coxa confitada. Este prato segue a tendência actual de servir um ingrediente de diferentes formas no mesmo prato e aqui conseguiram revelar as capacidades de uma ave pouco conhecida por cá. A pintada foi muito bem acompanhada, pelas batatas de execução perfeita e um ótimo puré.

Abóbora Menina
Bolo cremoso de abóbora frita com iogurte de mel e toffee de frutos secos caramelizados, gelado de nata
Uma sobremesa da qual aparentemente se esperava pouco, acabou com as dúvida na primeira garfada do bolo, era fantástico, húmido, doce q.b. e com um verdadeiro sabor a abóbora. Gelado cremoso e um crocante delicado a contrastar.
Mignardises
Pequenos delitos que acompanhavam a “infusão do chefe” ou os cafés. No que à infusão diz respeito é de lamentar que a mesma não seja concebida pelo próprio mas sim um bom mas habitual chá de pacote.

Acompanhou-se a refeição com um espumante rosé Filipa Pato e um Porto branco Taylor’s Chip Dry como aperitivo e um branco Reserva Comendador com a pescada e um tinto Meruge 2007 com a pintada que casaram perfeitamente com a refeição.

O Serviço de sala é bem afinado, atento e cordial. Toda a refeição correu sem erros de serviço e com notas bastante positivas. O único senão vai para o facto de numa sala com poucos comensais os vários funcionários decidam ser muito comunicativos entre si, é que ninguém a aproveitar uma bela refeição quer saber sobre a vida privada e as relações de facebook dos outros.

Considerações Finais
No mais belo e luxuoso Hotel da cidade, o restaurante com a melhor vista cumpre as exigências do título. Galardoado este ano com a 1ª estrela do guia vermelho, o The Yeatman é o novo ponto alto da cidade e a verdade é que não deixará ninguém defraudado. O chefe Ricardo Costa consegue sem grandes mediatismos e em tempo record recuperar uma estrela que já havia ganho na Casa da Calçada em Amarante. A Visita a este espaço é quase obrigatória e o almoço em formato “médio-cost” é uma boa introdução ao espaço. Voltaremos brevemente para um menu de degustação.

Hotel The Yeatman
Rua do Choupelo (Sta. Marinha), 4400-088 Vila Nova de Gaia, Porto – Portugal
+351 22 013 3100

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4 Comments

  1. Posted Fevereiro 2, 2012 at 10:42 pm | Permalink

    Estou a ver que correspondeu…. Ainda bem!
    Eu gostei realmente muito.
    beijo
    Babette

    • Posted Fevereiro 7, 2012 at 10:58 pm | Permalink

      olá Babette,

      Correu imensamente bem =). Beijo

      João

  2. Posted Março 3, 2012 at 6:08 pm | Permalink

    João, um gosto-bom ver aqui o The Yeatman e saber que a experiência foi positiva. : ) Trabalhei durante três meses na Pastelaria, em estágio, e foi uma experiência espectacular! De tal forma que relembrar os momentos passados através das suas fotografias, a emoção acontece, profundamente.
    Beijinho

    • Posted Março 4, 2012 at 11:31 pm | Permalink

      Sem duvida que foi uma óptima experiência.. fico a aguardar por uma visita com menu de degustação =). Ainda bem que o estágio saiu positivo pelo que vejo. beijinhos

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