Um dia a comer – Barcelona

Casa Batló

Barcelona é uma daquelas cidades que nos dá um gosto especial em lá voltar, não pela correria de conhecer todas as suas atracções, não pelo futebol, mas sim pela comida e pelo simples prazer de desfrutar da cidade.

O Dia começa cedo com um  voo da Ryanair a sair do Porto pelas 6h40 da manhã, sem malas nem bagagens é rápida a chegada ao aeroporto de Barcelona. No terminal dos comboios (Bilhetes T10* são a opção mais em conta podendo ser partilhados com a nossa companhia), cerca de meia hora depois da chegada ao aeroporto de barcelona estamos na famosa Praça da Catalunha, centro turístico e comercial da cidade. A manhã a começar tão cedo por volta das 10 horas a fome já apertava, pelo que não há melhor motivo para uma fantástica sandes de Presunto de Jabugo no famoso Café Viena . A qualidade mantém-se depois de Mark Bittman, e sem dúvida é a melhor forma de começar o dia na cidade.

Sandes de Presunto no Café Viena

Saindo do Café Viena o percurso obrigatório para qualquer “boca” que se prese é simples, basta continuar a descer a rambla que do nosso lado direito começaram a surgir aromas e sons vindos do fantástico mercado de La Boqueria. No dia em que um presidente da Câmara consiga fazer do Bolhão uma versão mais pequena da Boqueria o Porto será uma cidade muito mais feliz. Aqui existe tudo sem a necessidade de rótulos gourmet ou de lojas trendy para fashionistas, um presunto Joselito convive lado a lado com desossado embalado em vácuo, uma pitaia faz pandam com uma  maça e um carabineiro combina encontros com robalo de aquicultura.  As bancas são verdadeiras obras de arte, num grande jogo de elementos e cores. Aqui podemos provar a melhor charcutaria espanhola ou comprar, como mandam as regras, uma boa e variada salada de frutas (2€) ou um dos muitos sumos naturais (1€). Para quem quiser almoçar por aqui o El Quim de La Boqueria será a escolha acertada.

A policromia de La Boqueria

Depois do mercado lá decidimos esquecer os trajectos por um pouco e deambulamos pelas estreitas ruas do Bairro gótico, zona fantástica que sobre o efeito de alucinogénos facilmente nos transportava para um cenário medieval. Junto da catedral de Barcelona ( não, a catedral e a sagrada família não são a mesma coisa, digo isto devido a alguns comentários turísticos que ouvi) lá decidimos procurar  alguns dos mais interessantes cantores líricos que naquela zona de grande acústica se costumam fazer ouvir. Derrotados nesta procura, fomos afogar as mágoas na fantástica Gelaaati! , onde para nosso gáudio tudo permanece igual, a mesma forma de servir, o mesmo mestre e os mesmos gelados que podendo não ser os melhores do mundo, são facilmente dos melhores da cidade, e existem muitos.

Opções da Gelaaati! di Marco

Depois de um bom gelado nada como mais um bom passeio pela zona central e histórica da cidade para desfrutar enquanto fazemos horas para um almoço marcado para as 13h30. No que ao almoço diz respeito, andamos indecisos entre várias opções, desde as famosas tapas, aos vários restaurantes estrelados, que no horário de almoço apresentam menus mais em conta, a opção estava quase certa para o Alkimia, casa estrelada do chef Jordi Vilá que pratica a moderna cozinha Basca/Catalã. No entanto e a bom tempo encontrei a casa de Albert Raurich, o Dos Palillos, ao qual confiei o nosso almoço. O Dos Palillos, sobre o qual teremos um post mais à frente, é um restaurante de tapas orientais com influência da cozinha molecular ou não tivesse sido Albert um dos braços direitos de Adriá no seu El Bulli durante cerca de 10 anos. Uma refeição memorável.

Dos Palillos 

Mais uma refeição e mais um passeio para digerir um almoço que não se esquecerá tão cedo. Desta feita um giro pelo passeio Di Gracia e as suas “modestas” lojas de griffe, a casa Batló e uma viagem de metro até à zona piscatória de Barceloneta, ruas estreitas inundadas de bares e restaurantes e uma ótima vista sobre a marina onde aproveitamos para dar descanso aos pés e relaxar imaginando como será o interior daqueles “pequenos barcos”.

Depois do merecido descanso foi tempo de caminhar mais uma vez, desta feita em direcção ao bairro de Born, onde próximo da igreja de Santa Maria del Mar, Barcelona se transforma em Paris e encontramos o melhor da Pastelaria catalã, a Bubó de Carles Mampel. O trabalho de Carles continua exímio, o que tem dado os seus frutos, este ano inaugura a sua primeira casa fora de Barcelona, mais propriamente no Kuwait.

Chocolate branco, morangos, manjericão, mousse de lima e genoise,  uma das combinações da Bubó

Depois deste lanche, espero que a malta da nutrição não esteja a ler este post, é tempo de mais uma viagem pelo interior da cidade velha, mais uma viagem de metro e um deambulo por ruas sem qualquer destino. O repouso deu-se na Praça da Catalunha, entre pombos, crianças e uns divertidos adolescentes, a viagem começa a aproximar-se do fim, e o desejo de permanecer é grande, não sei se maior do que o de viajar com uma perna de Joselito na mochila, mas isso são outros pontos.

Praça da Catalunha

Para jantar, e depois de um infortúnio com a marcação para o novo e concorridíssimo espaço da família Adriá, o Tickets, decidimos voltar a um espaço onde já fomos bastante felizes, o Tapas,24 onde a carta se mantém inalterada, com excepção dos preços mais elevados e dos pratos do mercado, desta vez o destaque foi para umas pequenas lulinhas salteadas com cogumelos selvagens, fantástico, e claro aquele molho das Bravas….

Tapas,24

Com o fim da viagem decidimos digerir a mesma, caminhando nas compridas avenidas de Barcelona até à estação de comboio mais distante, que nos levaria até ao aeroporto e consequentemente até casa.

Até breve Barcelona…

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