Cortona

cortona-4Piazza Della Republica

Regressar ao paraíso… perdão, à Toscana!

Quem conhece o Blogue sabe da nossa predileção por Itália, mais concretamente pela Toscana, e aquando da nossa viagem de 2013 por esta região ficaram algumas zonas por ver, nomeadamente a perpetuada por Frances Mayes, em “Sob o Sol da Toscana”. Sim, é verdade que o filme americano homónimo catapultou Cortona e a Toscana para o mapa dos americanos e agora só se ouve inglês por lá, mas apesar de tudo a região consegue manter a tradição e a identidade como muito poucos destinos turísticos.

E Cortona é das mais características, pertencente à província de Arezzo e com origens etruscas, conseguimos identificar pormenores de vários períodos da história, desde romano, medieval, renascentista e, obviamente, etrusco.

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Situa-se no alto de uma colina, e a sua origem remonta ao século IV a.c. e toda a sua visita é um verdadeiro regresso ao passado.

Como estávamos hospedados em Cortona, no Il Falconiere, a viagem até à cidade foi rápida, cerca de 5min de carro. Se estiverem a fazer uma viagem pela Toscana, em princípio estarão também de carro uma vez que é a forma mais fácil de visitar várias regiões, e podem ou hospedar-se no maravilhoso Il Falconiere (ver) ou ficar numa cidade próxima e tirar um dia para visitar Cortona.

A cidade é circundada por uma muralha já bastante antiga que contém seis entradas distintas, algumas das quais do próprio período etrusco, a Porta de Santa Maria, a de Sant´Agostino, a Bifora, a Colonia, a Berarda e a Montanina. Estas são as seis entradas principais, apesar de haver várias entradas, estas são as que se encontram preservadas, mais antigas e com mais história.

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Como vínhamos de carro, e pretendíamos deixá-lo estacionado antes de entrar na cidade e percorrê-la toda a pé, estacionamos na Viale Cesare Battisti num parque de estacionamento gratuito (há vários espalhados à volta da cidade).

Entramos pela Piazza Garibaldi (aqui também há um parque de estacionamento mas é pago), e percorremos a Via Nazionale cheia de lojas, café, comércio local e de onde irradiam belíssimas ruelas íngremes, até chegar à Piazza Della Republica.

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Aqui foi outrora o Fórum Romano, e é a praça mais importante da cidade, podemos ainda encontrar a antiga residência do Cardeal no século XVI, o Pallazzo del Capitano del Popolo, onde hoje funcionam os Correios, e também o Pallazo Comune, com a sua bonita escadaria e que foi utilizado no século XII para reuniões de conselho relativos a assuntos políticos, religiosos e culturais.

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Daqui seguimos para a Piazza Signorelli onde podemos encontrar a distinta fachada neoclássica do Teatro Signorelli no meia da praça tipicamente medieval. O Teatro ainda se encontra operacional e organiza eventos de vários tipos, por isso se forem com tempo e ficarem uns dias por Cortona deem uma vista de olhos no programa mensal.

Do lado esquerdo do Teatro temos o Palazzo Casali do século XVI que abriga o Museo dell´Accademia Etrusca e della Città de Cortona (MAEC), além da biblioteca.

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Ao sábado há feira nesta praça, por isso se estiverem por Cortona num sábado não percam.

Próximo daqui fica a Piazza do Duomo e o Duomo, que foi construído nas ruínas de um edifício pagão, e será do ano 1000, apesar da sua atual estrutura ser uma reestruturação renascentista. O seu interior é uma inspiração da arquitetura de Brunelleschi.

cortona-11 Igreja di San Francesco

Em frente ao Duomo é possível encontrar o Museo Diocesano colocado na antiga Chiesa del Gesù. No seu interior encontram-se obras de arte de diferentes igrejas que pertencem à diocese.
Andando cerca de 500m encontramos a Igreja di San Francesco, construída por Frei Elias em 1247 sobre as ruínas das termas romanas, em homenagem a São Francisco.

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No interior existem algumas relíquias, como a sua batina, um travesseiro e o seu livro do Evangelho. O monumental altar de mármore abriga os restos da Santa Cruz. Aqui encontram-se sepultados o pintor Luca Signorelli e Frei Elias.

Saindo da igreja do lado esquerdo (quem está virado para o altar) encontram um espaço, uma espécie de sala com a porta aberta e lá dentro conseguem verificar uma série de pinturas expostas, e ao fundo um homem envolvido nos seus desenhos. Entrem por favor! Não vos posso garantir que esteja lá sempre, mas pelo que percebi é um artista da região e tem o seu trabalho ali exposto. Fiquei completamente deslumbrada. E até podem comprar as pinturas, se gostarem do seu trabalho!

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Bem, voltando à caminhada, agora esforcem-se mais um bocadinho e comecem a subir para chegar até à Basílica de Santa Margherita. Façam-no pela via Santa Croce, que nos brinda com um caminho repleto de ciprestes dos dois lados e que nos fazem sentir verdadeiramente na Toscana.

Quando chegarem ao fim desta via encontrarão a Piazzale Santa Marguerita e a Basílica (para quem não se aventura a subir tudo isto, esta praça tem estacionamento gratuito).

cortona-15Basílica de Santa Margherita

Esta igreja é dedicada à santa padroeira da cidade, a Santa Margherita, e terá sido construída em 1297 após a sua morte, no local onde a santa escolhia como lugar de culto.

No seu interior está o túmulo dedicado à Santa, em mármore esculpido, mas os seus restos mortais são mantidos numa urna acima do altar.

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Daqui, seguimos para um dos locais que mais queria visitar, a Fortezza di Girifalco.

Construída em 1556, a pedido do famoso Cosimo I de Medici, foi idealizada com fins defensivos, apesar de nunca ter enfrentado batalha nenhuma! Terá sido construída sobre as ruínas de fortificações etrusca, romana e medieval.

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Na fortaleza temos vontade de tocar na história, e chegamos mesmo a sentirmo-nos parte dela. O edifício em si não tem nada no interior, mas as vistas que se obtém do topo são estonteantes, com uma visão de 360º sobre Cortona e o Vale de Chiana e um vislumbre do Lago Trasimeno. A entrada é paga mas acessível, 5€.

cortona-19A deslumbrante vista da Fortaleza sob o Vale de Cortona

Quando terminarem esta visita desçam pela Via Santa Margherita e poderão observar a obra de Gino Severini, um importante pintor do século XIX oriundo de Cortona que foi co-fundador do Manifesto Futurista em Paris. Aqui, a sua obra data de 1947 e ao longo de toda a via podemos observar os 14 belíssimos mosaicos que representam a Via Sacra, ao descer a Via irão ver do XIV para o I.

cortona-20Via Santa Margherita

A fome já apertava e decidimos regressar à Piazza Della Republica para comer algo. Acabamos por comprar uma pizza e gelados (que como é obvio não podem faltar numa viagem a Itália!) e sentamo-nos na escadaria do Palazzo Comune a soborear sem demoras, enquanto observávamos a vida serena dos habitantes de Cortona.

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cortona-21Os ótimos gelados da Gelato ti amo

Cortona pode visitar-se num dia, mas se quiserem desfrutar com calma aconselho-vos a ficarem hospedados no Il Falconiere, que como já referi é muito próximo e maravilhoso!

Por favor não se percam somente na visita aos locais obrigatórios, percam-se sim na vida real de Cortona. Observem os habitantes, a sua forma de estar, a sua forma de viver, respirem a cidade e sintam-se também parte dela.

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Onde Comer
Il Falconiere (*Michelin – ver)
Bottega Baracchi (dos mesmos donos do Il falconiere)
Osteria del Teatro
Gelateria – Gelato ti Amo

 English Version

 Fotos: Flavors & Senses 

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One Trackback

  • By Montepulciano on Fevereiro 13, 2019 at 8:13 pm

    […] da opinião que se deve voltar onde já se foi feliz! E revisitamos algumas cidades como Cortona (ver artigo), Pienza (ver artigo) e Florença (ver […]

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