Nascido Manoel Joaquim Rebelo em 1834, tornou-se num famoso cozinheiro, na localidade de Priscos, em Braga, onde era Abade. A fama trouxe-lhe o direito de ser o cozinheiro oficial das visitas da família real, ministros ou bispos à região. Talentoso não só na cozinha mas também na língua teve alguns momentos e expressões famosas. Apesar de não haver um receituário escrito do Abade de Priscos, a receita do seu Pudim foi passando de geração em geração e não existe na região quem não o saiba fazer, a questão será sempre algo que notabilizou o Abade, a sua mão ” posso dar-lhes a receita mas não lhes dou a minha mão”, algo que tendencialmente todos pensamos sobre as nossas avós. Por isso há que o fazer vezes e mais vezes até acertar.
Não sendo um dos vencedores das 7 maravilhas da gastronomia portuguesa é sem dúvida o rei dos Pudins.
Pudim Abade de Priscos
500 gr de açúcar + q.b. para o caramelo
15 gemas
1 cálice de bom vinho do Porto
50 gr de Toucinho Fresco
500 ml de água
1 pau de canela
zeste de 1 limão pequeno
Levar a água ao lume e quando ferver juntar o açúcar, as zestes, o pau de canela e o toucinho.
Deixar ferver lentamente até atingir o ponto de espadana (120º C).
Bater as gemas com uma colher sempre no mesmo sentido e juntar o vinho do porto, mexer no mesmo sentido.
Passar a calda por um chinês e juntar à mistura das gemas mexendo vigorosamente no mesmo sentido.
Colocar na forma previamente untada com o caramelo*.
Levar a cozinhar em banho-maria em forno bastante quente (220/250ºC) ou em banho-maria no fogão, durante 45min a 1 hora.
Nota
A forma do pudim deve estar muito bem fechada de forma a que não entre humidade para o pudim.
O Pudim estará cozido quando estiver firme nas laterais com o centro ligeiramente trémulo.
* Para o caramelo levar cerca de 150 gr de açúcar ao lume até atingir a cor e cheiro pretendido.
Servi acompanhado de morangos triturados e pedaços de kiwi para dar alguma acidez à sobremesa.
